sexta-feira, 12 de outubro de 2012

5 mitos sobre o Titanic

Trágica história, da qual todos sabemos o final: o Titanic afundou e levou consigo mais de 1.500 pessoas. Imortalizado pelo cineasta norte-americano James Cameron, o navio naufragou no dia 14 de abril de 1912 e, desde então, muitos mitos sobre sua história têm sido alimentados.
Quanto o filme de Cameron – que teve como estrelas principais Leonardo DiCaprio e Kate Winslet – ajudou a reforçar tais mitos? Confira abaixo uma lista de 5 desses mitos criados pela produção hollywoodiana:
1 – O NAVIO QUE NÃO AFUNDA
No filme de James Cameron, a mãe da heroína observa o navio da doca de Southampton e comenta: “Então, este é o navio que dizem que não afunda”. Esse talvez seja o maior mito que cerca a história de Titanic, conforme conta o cientista Richard Howells, do Kings College, de Londres, na Inglaterra.
“Isso não é verdade. Nem todos pensavam dessa maneira. Claro, isso faz a história ficar mais interessante, pois é o retrospecto de um mito. Se um homem cheio de orgulho constrói um navio imbatível, como Prometeu, que roubou o fogo dos deuses, isso carrega um senso mítico porque indica que deus estaria tão zangado por tal afronta que acabaria afundando o navio”, explica Howells.
Ao contrário da crença popular, a White Star Line – proeminente companhia de navio do Reino Unido, responsável pela construção do Titanic – nunca afirmou tal coisa e as pessoas não comentavam sobre isso até o incidente, de acordo com o especialista inglês.
Embora o naufrágio tenha acontecido 15 anos depois do nascimento do cinema, havia poucas filmagens do navio. Esse foi um dos motivos que fez o evento não ganhar as primeiras páginas no mundo todo.
O navio Olympic roubou toda a publicidade no cruzeiro que fez de Southampton até Nova York em 1911. O capitão era o mesmo do Titanic, viajou na mesma rota e tinha equipamentos de segurança iguais, inclusive em quantidade.
Segundo John Graves, do Museu Marítimo Nacional de Londres, na Inglaterra, o exterior do Olympic foi propositalmente pintado de cinza claro, para que ficasse melhor nas filmagens.
Algumas dessas filmagens foram utilizadas para ilustrar a tragédia ocorrida com o Titanic, mas sem qualquer sinal que indicasse que aquele não era o navio que havia afundado. Simon McCallum, curador dos arquivos no Instituto Britânico de Cinema, acredita que essa distorção acabou por fortalecer algumas teorias conspiratórias e mistérios em torno do Titanic.
“Certamente, a verdadeira história do Titanic deu lugar ao mito dentro de poucos dias depois do incidente”, concorda Howells, do Kings College.
2 – A ÚLTIMA MÚSICA DA BANDA
Uma das imagens mais marcantes de todos os filmes já feitos sobre o Titanic é o momento em que o grupo de músicos toca seus instrumentos conforme o navio afunda. Diz a lenda que os músicos permaneceram no deck, tocando a canção “Mais perto de ti, meu Deus” (“Nearer, My God, To Thee”), em uma tentativa de acalmar os passageiros que não sobreviveram e que foram para sempre relembrados como heróis.
Simon McCallum diz que testemunhas oculares realmente confirmaram que a banda tocou no deck, mas discordaram de que música se tratava. “Nunca saberemos que canção os sete músicos tocaram, mas dizer que foi a música ‘Mais perto de ti, meu Deus’ funciona com uma licença poética, já que é um hino que romantiza ainda mais o filme”, pontua McCallum.
Paul Louden-Brown, da Sociedade Histórica do Titanic, trabalhou como consultor para o filme de James Cameron e confidenciou que a cena dos músicos no filme “Uma noite para se lembrar”, de 1958, foi tão bem montada que Cameron decidiu copiá-la. “Ele me disse: ‘Eu roubei isso inteiramente e coloquei no meu filme, simplesmente porque amei. Era uma parte muito forte da história’”.
3 – A MORTE DO CAPITÃO SMITH
Pouco se sabe sobre as horas finais do capitão Smith. Embora seja lembrado como herói, ele aparentemente falhou por não reduzir a velocidade do navio quando estava claro que haveria gelo em sua rota e por dar pouca atenção aos alertas contra gelo e icebergs.
“Ele sabia quantos passageiros e quanto espaço havia nos barcos salva-vidas. Mesmo assim ele permitiu que os barcos partissem apenas parcialmente cheios”, ressalta Louden-Brown, que não aceita os retratos utópicos do capitão.
Nas condições calmas daquela noite fatídica, o primeiro barco a deixar o Titanic tinha espaço para 65 pessoas, mas levava apenas 27. Muitos dos outros barcos também partiram com menos da metade da capacidade de passageiros.
E Louden-Brown completa: “A história o tem como um herói. Estátuas foram erigidas em sua memória. Fizeram cartões postais e criaram histórias. Porém, o capitão Smith é o verdadeiro responsável por todas as falhas na estrutura de comando à bordo”.
John Graves, do Museu Marítimo Nacional de Londres, na Inglaterra, concorda com essa visão. Segundo ele, Smith parece ter tomado chá de sumiço na noite do naufrágio.
4 – O CORRUPTO HOMEM DE NEGÓCIOS
As histórias em torno de Joseph Bruce Ismay, o presidente da companhia que construiu o Titanic, White Star Line, são muitas, mas todas cruzam em um ponto crucial: sua covardia em escapar do navio, pulando no primeiro barco disponível e deixando mulheres e crianças para se virarem sozinhas – fato confirmado por muitos sobreviventes.
“Cada um dos filmes feitos sobre o Titanic descobriu que a vingança é deliciosa demais para não ser incorporada na história”, destaca Paul Louden-Brown. “Se formos para a origem disso, temos de nos lembrar de William Randolph Hearst, o grande magnata da imprensa nos Estados Unidos. Ele e Ismay brigaram pelo fato de Ismay não cooperar com a imprensa [fornecendo informações] em um acidente com um navio da companhia”.
Ismay foi universalmente condenado nos EUA, onde Hearst publicou a lista dos falecidos e, na coluna dos sobreviventes, colocou um único nome: Joseph Bruce Ismay.
Contudo, apesar dessas histórias e intrigas, Lord Mersey, que liderou o inquérito britânico em 1912, concluiu que Ismay ajudou muitos passageiros antes de achar um lugar para si. “Se ele não tivesse se salvado, salvaria apenas mais uma vida”, pontuou Mersey.
Em 1943, um filme alemão sobre o Titanic, produzido pelo ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels (1897-1945), mostrou Ismay como um empresário judeu louco e poderoso, que intimida o bravo capitão de características arianas, para que ele aumente a velocidade do navio, embora isso seja imprudente. O “Uma noite para lembrar”, apontado como o mais fiel filme produzido até hoje, também não deixa barato e retrata Ismay como um vilão.
Louden-Brown acredita que isso é injusto e levantou o assunto com James Cameron, enquanto trabalhava como consultor. No filme de Cameron, Ismay apenas usa sua posição para influenciar o capitão a ir mais rápido, para que chegassem mais cedo em Nova York, a fim de atrair atenção dos jornalistas. E Louden-Brown conta que Cameron respondeu: “É isso que o público espera ver”.
Ismay nunca se recuperou da vergonha do que fez e se aposentou da companhia em 1913, como um homem falido. Frances Wilson, autor do livro “Como sobreviver ao Titanic: o naufrágio de J. Bruce Ismay”, desmistifica a covardia de Ismay e o defende. “Ele foi um homem comum pego por circunstâncias extraordinárias”, disse certa vez.
5 – PASSAGEIROS NA PROA
Outra cena emocionante do Titanic de Cameron é a retratação dos passageiros de terceira classe. Segundo o filme, eles são forçados a ficar longe do deck e impedidos de alcançar os barcos salva-vidas. Richard Howells, do Kings College de Londres, afirma que não existe evidência para confirmar tais histórias.
Existiam portões, de fato, mas era uma exigência da imigração norte-americana, para evitar o alastramento de doenças infecciosas. Entre os passageiros da terceira classe estavam armênios, chineses, holandeses, italianos, russos e sírios, como também pessoas provenientes das ilhas britânicas. Todos buscavam uma nova vida.
De acordo com o relatório do inquérito britânico, as alegações de que tais passageiros foram presos e impedidos de chegar ao deck são falsas. Mas evidências apontam que, inicialmente, os portões estavam fechados na noite do incidente e que só depois da maioria dos barcos salva-vidas terem partido é que os portões foram abertos.
Quando se analisam os números, percebe-se que as classes fazem mesmo diferença nessas horas de desespero. Menos de um terço dos passageiros de terceira classe sobreviveram, mesmo que uma grande quantidade de crianças e mulheres de todas as classes tenha sobrevivido.

10 mitos sobre o Egito

1 – CLEÓPATRA ERA BONITA

Cleópatra VII, a última rainha do Antigo Egito, sempre foi uma figura cultural famosa por sua beleza sedutora. Esta ideia foi perpetuada por todos, de escritores a cineastas.
No entanto, moedas romanas mostram Cleópatra como tendo características masculinas: nariz grande, queixo protuberante e lábios finos – nada parecido com o arquétipo de beleza de qualquer cultura. Por outro lado, ela não era carente de cérebro: especialistas afirmam que Cleópatra era carismática e inteligente, ao contrário de possuidora de uma beleza física.

2 – OBCECADOS COM A MORTE

Quando pensamos nos antigos egípcios com suas pirâmides, múmias e deuses, é fácil chegar à conclusão de que eles estavam preocupados demais com a morte. Na verdade, nada poderia estar mais longe da verdade.
O grande trabalho que os egípcios tinham em enterrar seus semelhantes era na verdade um modo de glorificar a vida. Por exemplo, muitas das ilustrações que adornam o interior dos túmulos são celebrações da agricultura, caça e pesca. Além disso, os ornamentos caros enterrados com os egípcios servem para ajudá-los a alcançar a vida eterna, onde supostamente continuam seu trabalho atual, sem qualquer dificuldade. Mumificar era uma maneira de manter o cadáver “real”, pronto para essa forma idealizada da vida cotidiana. Claramente, os egípcios eram obcecados com a vida, não com a morte.

3 – ALIENÍGENAS

Algumas pessoas acreditam que os egípcios estavam em contato com alienígenas. Elas alegam que as pirâmides construídas são feitos “sobre-humanos”, e que alguns murais egípcios realmente retratam extraterrestres (o que a pintura acima demonstra claramente que é apenas um vaso).
Isto é simplesmente um insulto para o legado dos antigos egípcios. Embora a Grande Pirâmide de Gizé seja matematicamente impressionante, a sua construção não está além das mentes engenhosas dos astrônomos, estudiosos e arquitetos da época. E enquanto ela manteve-se como a estrutura mais alta do mundo por quase 4.000 anos, isso não significa que os egípcios eram amigos de aliens, mas sim que nenhuma cultura rivalizou com os egípcios na construção de monumentos até o século 19.

4 – BEM ESTUDADO

Muitos acreditam que nós já descobrimos tudo o que podíamos sobre o Egito Antigo, e que a Egiptologia é um assunto morto e enterrado. Isto está simplesmente incorreto.
Descobertas fascinantes ainda estão sendo feitas diariamente sobre o Egito Antigo, lançando nova luz sobre sua civilização.
Por exemplo, um “barco solar” foi extraído atualmente da Grande Pirâmide. Presume-se que este barco permitiria que os faraós mortos ajudassem o deus-sol Ra em sua batalha eterna com Apep, demônio da escuridão. Todas as noites, Ra veleja seu barco solar em combate com Apep, e ao amanhecer emerge triunfante cruzando o céu.

5 – HIERÓGLIFOS

As pessoas supõe que os antigos egípcios inventaram hieróglifos, no entanto, os hieróglifos primitivos foram provavelmente trazidos para o Egito por invasores da Ásia Ocidental.
Outro mito, alimentado pelas imagens de cobras e pernas sem corpo, é que os hieróglifos eram uma linguagem de maldições e encantamentos mágicos. Na realidade, na maior parte do tempo, os hieróglifos eram usados para inscrições ou representações históricas. Maldições são raramente encontradas em túmulos, e a maioria é impotente: “Seus anos devem ser diminuídos”, “Ele não deve ter nenhum herdeiro”. Curiosamente, até a Pedra de Roseta ser descoberta em 1798, e posteriormente traduzida, a maioria dos estudiosos acreditava que os hieróglifos eram apenas ilustrações, não sons fonéticos que compõem um alfabeto.

6 – DECORAÇÃO DE PIRÂMIDES

Hieróglifos cobriam o interior de muitos túmulos egípcios antigos e palácios. Mas, ao contrário do mito, as pirâmides são relativamente não decoradas.
De fato, até recentemente, especialistas acreditavam que as pirâmides de Gizé eram absolutamente nuas por dentro. Esta suposição se provou errada quando hieróglifos foram encontrados atrás de uma porta secreta na Grande Pirâmide, há alguns meses.
Além disso, as pirâmides não eram todas coloridas com pedra calcária 4.000 anos atrás: alguns setores, tais como pilares interiores, foram pintados de vermelho ou branco. A pintura básica e a escrita oculta ainda deixam as pirâmides extremamente austeras. É sua arquitetura que cimenta as pirâmides como os edifícios de pedra mais antigos e populares do mundo.

7 – FARAÓS MATAVAM SEUS SERVOS

Quando os faraós morriam, seus servidores não eram mortos e enterrados com eles, como popularmente se acredita. Mas isso aconteceu algumas vezes.
Dois faraós da Primeira Dinastia do Egito são conhecidos por terem feito seus servos serem enterrados com eles. A tendência humana de generalizar levou ao mito de que esta era uma ocorrência comum entre todos os outros mais ou menos 300 faraós. Mais tarde, os faraós provavelmente perceberam que seus servos eram mais úteis vivos do que mortos, e assim eram enterrados com ‘shabtis’, figuras que poderiam ser animadas para ajudá-los no além.

8 – ESCRAVOS CONSTRUÍRAM AS PIRÂMIDES

A ideia de que os escravos construíram as pirâmides do Egito tem circulado desde que o historiador grego Heródoto a relatou no século 5 a.C. Porém, pode estar errada. Túmulos contendo os restos mortais dos construtores das pirâmides foram encontrados ao lado das pirâmides de Gizé.
Ser enterrado ao lado dos faraós divinos seria a maior honra, nunca concedida a escravos. Além disso, um grande número de ossos de gado escavados em Giza mostra que a carne bovina, uma iguaria no Egito Antigo, era um alimento básico dos construtores. Assim, os construtores das pirâmides deviam ser artesãos egípcios altamente qualificados, e não escravos.

9 – ESCRAVIDÃO DE ISRAELITAS

Este vem no seguimento do último mito, e é obviamente uma questão delicada. Infelizmente para aqueles que seguem a Bíblia como um relato literal da história, não há evidências que sugerem que os israelitas foram escravizados no Egito Antigo.
Sabemos muito sobre os antigos egípcios por seus registros, mas eles nunca mencionaram manter uma raça de escravos, nunca mencionaram as Dez Pragas, e não há nenhuma informação arqueológica que mostra que milhões de hebreus habitavam o Egito ou o deserto. Além disso, a fuga de milhões de escravos teria destruído a economia egípcia, que prosperou durante todo o segundo milênio a.C., quando o êxodo supostamente aconteceu.

10 – MALDIÇÕES DOS FARAÓS

A “maldição” que matou aqueles que abriram o túmulo do faraó Tutancâmon foi um triunfo dos meios de comunicação e da susceptibilidade pública. O mito é que uma maldição lançada por Tutancâmon matou o patrocinador Lord Carnarvon e os outros membros da expedição.
Embora alguns tenham feito teorias de fungos perigosos e gases se acumulando no interior da tumba, as mortes não precisam de uma explicação especial. Apenas 8 dos 58 presentes na descoberta da tumba morreram dentro de 12 anos. O líder da expedição, o alvo mais óbvio para uma maldição, viveu por 16 anos. As outras coincidências são um caso de desvio para a confirmação: qualquer infortúnio que se abateu sobre alguém na expedição foi atribuída a uma maldição. Isso é um excelente exemplo do impulso das pessoas em acreditar em uma história emocionante, em vez de em fatos.

Papiro,fala sobre uma possível esposa de Jesus.

Em um anúncio que tem tudo para ser controverso, a respeitada historiadora da Universidade Harvard (EUA) Karen King revelou um antigo papiro que parece referir-se a esposa de Jesus.
O documento, apelidado de “Evangelho da Esposa de Jesus”, apresenta um diálogo entre Jesus e os seus discípulos. Porém, ele só possui 33 palavras e frases incompletas. Entre elas, os fragmentos “Jesus disse-lhes: ‘Minha esposa…’”, e “…ela será capaz de ser minha discípula”.

Legítimo?

O fragmento é do século IV. Mas a origem do papiro ainda é desconhecida. “Nada se sabe sobre as circunstâncias de sua descoberta”, disse King. Isso com certeza levantou bandeiras vermelhas para outros estudiosos, que duvidam de sua legitimidade.
King especula que o fragmento pode ter sido jogado no lixo por alguém que se opõe à ideia de Jesus ser casado. O papiro agora pertence a um colecionador anônimo que pediu a King para analisá-lo. Três estudiosos determinaram que o fragmento não é uma falsificação, no entanto, mais testes serão realizados sobre a tinta.

Verdadeiro ou não, não prova nada

Mesmo que o papiro seja antigo e verdadeiro, isso não prova que Jesus foi casado, segundo King.
A especialista explica que, nos primeiros séculos após a morte de Cristo, os cristãos debateram ferozmente o celibato e o casamento.
O fragmento é uma tradução do século IV de um texto grego do século II. Isso não é velho o suficiente para provar que Jesus era casado, apenas que os primeiros cristãos discutiram isso.
“A evidência mais antiga e mais historicamente confiável é totalmente silenciosa sobre o estado civil de Jesus”, diz King.
Ela se refere à Bíblia, que claramente não diz nada a respeito de Jesus se casar, embora escritores do Novo Testamento, ocasionalmente, usem a metáfora da igreja e do povo de Deus como a “noiva de Cristo”.
Até por isso King reconhece que Jesus poderia ter falado figurativamente quando se referiu a “minha esposa”. Afinal, o fragmento não está completo, e está fora de contexto.
Alguns dos evangelhos gnósticos – textos antigos descobertos no século 20 que não estão incluídos no cânone cristão – sugerem que Jesus tinha uma relação íntima com Maria Madalena. O Evangelho apócrifo de Filipe, por exemplo, diz que Jesus beijou Maria, e amava-a mais do que os apóstolos.
King argumenta que os gnósticos eram frequentemente íntimos de formas não sexuais. No Evangelho de Filipe, por exemplo, os cristãos se cumprimentam com beijos para transmitir a sensação de que eles são uma família espiritual.
De resto, as únicas discussões sobre uma “esposa” de Jesus só existem em livros e fantasias, como as de Dan Brown.

Jesus casou. O que muda para a Igreja Católica?

Como é improvável que a descoberta venha a afirmar que Jesus era, de fato, casado, King acredita que a Igreja Católica vai permanecer em silêncio sobre o assunto.
Apesar disso, ela acredita que o papiro pode fazer com que os crentes repensem as suas suposições sobre os primeiros debates cristãos sobre o celibato, casamento e família.
Estes debates iniciais, explica ela, levaram a práticas contemporâneas, como os homens da Igreja Católica Romana do sacerdócio serem solteiros. Muita coisa hoje em dia está aberta para debate no cristianismo, como a homossexualidade, o papel das mulheres no ministério e se os padres devem casar.
Mas isso tem mais a ver com mudanças de pensamento no mundo influenciadas pelo conhecimento humano, e não descobertas arqueológicas, que muitas vezes acabam se revelando falsas (como os milhões de pregos que alegadamente eram os que Jesus usou em seus momentos finais, o que certamente é impossível).
Sendo assim, mesmo que esse papiro se provar verdadeiro, isso só “significaria que há um novo texto apócrifo” que não deve “reabrir o debate” sobre o casamento de Jesus, disse a historiadora.
Segundo King, o Vaticano insiste que não há nada novo para debater sobre o sexo e os requisitos de celibato para o seu sacerdócio, e é improvável que um papiro de origem duvidosa mude isso.